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Retorno & novidades

Depois de muito tempo sem aparecer por aqui, decidi que nesse ano de 2019 retomarei, de alguma forma, esse exercício da escrita e de compartilhar experiências profissionais e pessoais de forma mais estruturada. Talvez seja uma continuação desse blog, a princípio sim.

Afinal, as próximas experiências sempre serão, de alguma forma, uma continuidade daquilo que eu consegui compartilhar aqui.

Pra quem não me acompanha em outros canais e perdeu alguns capítulos: após me formar em Setembro de 2016, retornei ao Brasil e fiquei em Belo Horizonte alguns meses. Em 2017 me mudei para São Paulo e pouco tempo depois consegui um trabalho em um escritório renomado por aqui.

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Guia LA: visitando a casa Hollyhock em Hollywood

Uma das coisas que existem em abundância em Los Angeles são casas maravilhosas – a indústria cinematográfica atraiu pessoas com muito dinheiro e consequentemente arquitetos e arquitetas com muita criatividade. Uma dessas pessoas foi Frank Lloyd Wright, arquiteto americano que revolucionou a área e inspira jovens até hoje a começar seus estudos em arquitetura e design.

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Casa Hollyhock num dia de verão.

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Update: o quase fim do fim (thesis semester!)

Quem me acompanha aqui já deve ter desistido pela falta de updates – eu sei que sumi mas calma, tudo tem uma razão: esse é meu último semestre do curso! Meu curso de mestrado tem 2 anos e meio mas são feitos em 2 anos: o último semestre é feito no verão o que significa que em breve me formo.

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Maquetes em exposição como parte dos trabalhos de Thesis

 

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Update: matérias do Spring 2016

Chegou o penúltimo semestre do mestrado (uhul!) e com ele novas matérias. Esse semestre o currículo é mais flexível mas nada relaxado: comecei a matéria de Thesis Prep, em preparação para o TCC. No caso do mestrado em arquitetura, na SCI-Arc, não se faz dissertação mas sim um projeto de arquitetura com uma base conceitual forte que busque avançar a arquitetura como disciplina. Além disso há a carga de aulas normais.

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Experimento com sobreposição de grids de cores diferentes para criar profundidades.

Color Outside the Line, More

Essa matéria, dentro do departamento de Visual Studies, visa investigar maneiras de se utilizar cor de modo arquitetônico, além da aplicação de decoração. Se pensarmos bem, cor não é algo muito explorado em arquitetura e muitas vezes tem fins decorativos – vê se muitas fachadas monocromáticas ou então fachadas que têm um arco-íris, mas não há nenhum efeito ou informação a mais adicionada pela cor. Falta utilizar a cor como algo sério e interessante, como parte do conceito da arquitetura, não como algo que vem depois para parecer que o projeto é mais atual ou atraente.

Começamos investigando a noção de paleta de cores para além das regras comuns (cor assim é estável cor assado é perturbante), buscando coisas no mundo real como base e evitando gostos pré-definidos. Agora estamos investigando técnicas de pintura com arquitetura, ou seja, se tratássemos nossas fachadas como pintores trataram suas telas. Ainda não sei onde isso vai dar, mas me parece promissor.

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A estética da caixa d’água

Existe uma certa tendência de se considerar Arquitetura apenas certas tipologias, principalmente aquelas destinadas à ocupação por pessoas. Nas escolas de arquitetura vemos uma predominância de projetos residenciais, seguidos talvez por edifícios e espaços públicos, como teatros, museus e parques. Essa pelo menos é a percepção da professora Dora Epstein Jones, que ofereceu a matéria Undecorated Sheds and Other Rural Types, que eu já resumi anteriormente aqui.

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Patente número 2567958: tanque elevado. Fonte: Google Patents

A proposta dessa matéria era de encontrar novas tipologias para exploração formal em arquitetura, voltando-se às tipologias rurais que normalmente são negligenciadas quando se fala no assunto. A turma foi dividida em duplas e trios, cada um com um tema. Eu e minha dupla, Caleb Fisher, escolhemos as caixas d’água.

O recorte da investigação são os Estados Unidos, pois logo no início da pesquisa percebemos que há muitas formas diferentes para caixas d’água. Apesar da verticalidade predominar e haver parametros formais claros, há muita variedade de materiais, tratamento de superfícies e grau de detalhamento.

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Detalhamento Obssessivo Compulsivo

Finalmente chegou o fim do semestre e como vocês podem perceber pela minha ausência, foi intenso. A verdade é que conciliar estágio com aulas nos EUA não é brincadeira.

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Desenhos finais na parede (aprox. 1,3m x 1,8m)

Pra abrir aquela clássica série de postagens sobre o trabalho final, vem o trabalho da matéria Advanced Project Delivery, que eu descrevi no começo do semestre. Cada estudante recebeu um projeto real e construído para estudar. O objetivo é perceber que cada edifício é composto de muitas partes que devem trabalhar juntas para a experiência estética e também para a funcionalidade do edifício.

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Volta as aulas: matérias do Fall/15

Finalmente minhas aulas voltaram, há duas semanas, e chegou aquela hora de compartilhar o que estou cursando [e o que está acontecendo aqui na SCI-Arc] com vocês. Esse é um semestre de mudanças pois a diretoria da escola mudou: sai Eric Owen Moss e entra Hernan Diaz Alonso. Pela primeira vez a diretoria é ocupada por alguém de fora: todos os diretores anteriores tinham alguma relação com a fundação da escola ou estudaram aqui. Por isso muitas mudanças são esperadas, mas o discurso avança.

Esse semestre começa meu último ano do mestrado que é um ano mais livre – enquanto anteriormente o currículo era fixo e composto de matérias com objetivos pedagógicos claros. Agora posso escolher as matérias um pouco melhor de acordo com o que me parece interessante. Além disso posso fazer estágio como créditos, o que é interessante para conhecer melhor os sistemas construtivos, processos criativos e burocráticos em um ambiente diferente do Brasil. No fim estou fazendo estágio, projeto e duas matérias eletivas.

Detalhes da Casa da Música, OMA.

Detalhes da Casa da Música, OMA.

Advanced Project Delivery

Essa matéria tem o objetivo de discutir e exemplificar maneiras de gerar o produto final de um projeto – o conjunto de desenhos técnicos em nível executivo. A questão não é apenas ver desenhos em alto grau de detalhe mas também discutir os aspectos tecnológicos que tiveram que avançar com o desejo por geometrias mais complexas e como é importante assumir o controle total sobre o processo de geração desses desenhos para o sucesso de um projeto. O exemplo mais marcante é obviamente Frank Gehry, que para fazer possível a construção de seus projetos ultra complexos começou a experimentar com programas voltados à indústria aeronáutica em uma época que as ferramentas de projeto para arquitetura ainda eram muito rudimentares. Além disso essa matéria envolve vários estudos de caso de projetos de Gehry e do Morphosis e como é o processo de design, desenvolvimento e documentação desses projetos.

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Galeria: fachadinhas interessantes em Hollywood

Uma das coisas que eu mais aprecio na arquitetura de Los Angeles é como ela é heterogênea, e em meio a prédio comuns sempre aparecem prédios super contemporâneos que parecem vindos de histórias de ficção científica e também prédios antigos do início do século XX. Resolvi compartilhar essa galeria com fachadas modernas e art déco pra vocês verem também como tem coisa linda nessa cidade (clicar na foto aumenta!).

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Como assim seu mestrado não tem pesquisa? Um pouco sobre o sistema educacional de arquitetura nos EUA 

Uma das perguntas que eu mais recebo dos amigos e familiares do Brasil é como assim que meu mestrado não tem pesquisa. A outra é seu mestrado é em quê? Eu sei que é um pouco confuso entender isso pois no Brasil o tipo mais comum de mestrado é aquele com intuito de formar pesquisadores, que muitas vezes inclui ter que dar aulas, e o pessoal acaba não entendendo muito a possibilidade de programas que não são pós de especialização mas também não são tão voltados aos meios acadêmicos como os mestrados brasileiros. Pra entender isso é bom saber um pouco mais de como é o sistema educacional de arquitetura nos EUA e como isso se encaixa no mestrado profissional, uma categoria nem tão conhecida para arquitetura no Brasil.

A pilha de plantas que parece que não sai da minha mesa nunca mais.

Básico do básico: tipos de curso e pra que servem

Existem três tipos de curso de arquitetura nos EUA, um para cada nível de curso superior. Os cursos de graduação (undergraduate) são os Barchelors, bacharelados, e em geral os relacionados a arquitetura são Bachelor of Architecture (BArch), Bachelor of Fine Arts (BFA) Bachelor of Science (BS). Apesar de existir mais de um tipo, apenas o Bachelor of Architecture é considerado um diploma profissional, enquanto os outros são diplomas pré-profissionais.

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A torre dos dez mil paineizinhos

Na continuação do projeto desse semestre, tivemos que desenvolver a volumetria mais um pouco e depois continuar a incorporar novas regras, com a mesma idéia de regras simples que gerem o máximo de complexidade, para aprofundar o projeto. Após estabelecer uma volumetria final que preenchesse melhor o terreno, fosse mais alta e tivesse um pouco mais das características que pareciam ter potencial, como detalhe e rugosidade e variação de área a cada nível para criar terraços e sombreamento, utilizei as superfícies da massa para estabelecer proporções entre cheio e vazio. A idéia é que essa casca – formada pelos ‘cheios’ – seria também a estrutura, mas desafiando a lógica da continuidade estrutural numa estrutura descontínua que muda de direção constantemente. Esses elementos ainda adicionariam novas qualidades espaciais aos interiores e exteriores, e uma falta de uniformidade intencional na distribuição mostra as diferentes – e infinitas – possibilidades de recombinação do sistema.

Vista axonométrica geral do projeto.

Vista axonométrica geral do projeto.

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