Update: matérias do Spring 2016

Chegou o penúltimo semestre do mestrado (uhul!) e com ele novas matérias. Esse semestre o currículo é mais flexível mas nada relaxado: comecei a matéria de Thesis Prep, em preparação para o TCC. No caso do mestrado em arquitetura, na SCI-Arc, não se faz dissertação mas sim um projeto de arquitetura com uma base conceitual forte que busque avançar a arquitetura como disciplina. Além disso há a carga de aulas normais.

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Experimento com sobreposição de grids de cores diferentes para criar profundidades.

Color Outside the Line, More

Essa matéria, dentro do departamento de Visual Studies, visa investigar maneiras de se utilizar cor de modo arquitetônico, além da aplicação de decoração. Se pensarmos bem, cor não é algo muito explorado em arquitetura e muitas vezes tem fins decorativos – vê se muitas fachadas monocromáticas ou então fachadas que têm um arco-íris, mas não há nenhum efeito ou informação a mais adicionada pela cor. Falta utilizar a cor como algo sério e interessante, como parte do conceito da arquitetura, não como algo que vem depois para parecer que o projeto é mais atual ou atraente.

Começamos investigando a noção de paleta de cores para além das regras comuns (cor assim é estável cor assado é perturbante), buscando coisas no mundo real como base e evitando gostos pré-definidos. Agora estamos investigando técnicas de pintura com arquitetura, ou seja, se tratássemos nossas fachadas como pintores trataram suas telas. Ainda não sei onde isso vai dar, mas me parece promissor.

Digital Projects

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Construção do painél.

Essa matéria visa o aprendizado do software Digital Projects, uma versão de CATIA (Computer Aided Three-Dimensional Interactive Application), normalmente uma ferramenta utlizada na indústria aeronáutica, aprimorada especificamente para arquitetura pela empresa de Frank Gehry. O objetivo é projetar elementos paramétricos de fachada utilizando o software e explorando como a construção dos elementos pode se adaptar a situações diferentes.

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Utilização do painél.

Professional Practice Environments

Essa matéria é uma das obrigatórias mais técnicas – sobre a legislação e prática profissional nos Estados Unidos e na Califórnia. É interessante para ver a diferenças comparando com o Brasil, mas em resumo é uma matéria de como não sofrer processos na justiça que destroem a sua vida (!) e como lidar com clientes.

Thesis Prep

Ao final do programa existe o requerimento de um trabalho de conclusão de curso, e deve ser um projeto de arquitetura com base conceitual forte. Lembrando aqui que projeto de arquitetura não necessariamente implica projeto de edificações – e definitivamente não implica projeto executivo, ok?

Como vocês podem perceber, a SCI-Arc, apesar de ser uma escola hi-tech e que tem uma base tectônica forte, não está preocupada em formar pessoas que já saibam fazer tudo de cara – mas sim pessoas que tenham a capacidade de pensar de maneira criativa, questionar e ter um impacto positivo na arquitetura como campo de conhecimento, não só na profissão.

Esse semestre o objetivo é lançar a base conceitual de cada projeto, com muita leitura e pesquisa de referências para o projeto que será elaborado no verão e apresentado em Setembro. A minha ideia? Mais pra frente conto 🙂

Studio: Culture as Catalytic Strategies in Developing Nations – Case of Two Cultural Institutions for Haiti

Como no semestre passado, mais uma vez tivemos várias opções de matéria de projeto, em que as turmas dos mestrados e da graduação se misturam para studios avançados. Acabei escolhendo a matéria ensinada por Thom Mayne, do escritório Morphosis, que visa desenvolver projetos altamente conceituais em ambientes com altas restrições, nessa caso, Cap Haitien no Haiti. Decidi por essa matéria pois quero aprender mais sobre como trazer mais criatividade em beleza para ambientes com recursos limitados, visto que muitas vezes no Brasil os projetos voltados a orçamentos baixos feitos pelo governo (Minha Casa Minha Vida, estamos falando de você) não oferecem design decente nem acrescentam qualidade de vida de fato, mas são mais definidos pela eficiência ecônomica e o lucro das empreiteiras.

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