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Update: matérias do Spring 2016

Chegou o penúltimo semestre do mestrado (uhul!) e com ele novas matérias. Esse semestre o currículo é mais flexível mas nada relaxado: comecei a matéria de Thesis Prep, em preparação para o TCC. No caso do mestrado em arquitetura, na SCI-Arc, não se faz dissertação mas sim um projeto de arquitetura com uma base conceitual forte que busque avançar a arquitetura como disciplina. Além disso há a carga de aulas normais.

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Experimento com sobreposição de grids de cores diferentes para criar profundidades.

Color Outside the Line, More

Essa matéria, dentro do departamento de Visual Studies, visa investigar maneiras de se utilizar cor de modo arquitetônico, além da aplicação de decoração. Se pensarmos bem, cor não é algo muito explorado em arquitetura e muitas vezes tem fins decorativos – vê se muitas fachadas monocromáticas ou então fachadas que têm um arco-íris, mas não há nenhum efeito ou informação a mais adicionada pela cor. Falta utilizar a cor como algo sério e interessante, como parte do conceito da arquitetura, não como algo que vem depois para parecer que o projeto é mais atual ou atraente.

Começamos investigando a noção de paleta de cores para além das regras comuns (cor assim é estável cor assado é perturbante), buscando coisas no mundo real como base e evitando gostos pré-definidos. Agora estamos investigando técnicas de pintura com arquitetura, ou seja, se tratássemos nossas fachadas como pintores trataram suas telas. Ainda não sei onde isso vai dar, mas me parece promissor.

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Volta as aulas: matérias do Fall/15

Finalmente minhas aulas voltaram, há duas semanas, e chegou aquela hora de compartilhar o que estou cursando [e o que está acontecendo aqui na SCI-Arc] com vocês. Esse é um semestre de mudanças pois a diretoria da escola mudou: sai Eric Owen Moss e entra Hernan Diaz Alonso. Pela primeira vez a diretoria é ocupada por alguém de fora: todos os diretores anteriores tinham alguma relação com a fundação da escola ou estudaram aqui. Por isso muitas mudanças são esperadas, mas o discurso avança.

Esse semestre começa meu último ano do mestrado que é um ano mais livre – enquanto anteriormente o currículo era fixo e composto de matérias com objetivos pedagógicos claros. Agora posso escolher as matérias um pouco melhor de acordo com o que me parece interessante. Além disso posso fazer estágio como créditos, o que é interessante para conhecer melhor os sistemas construtivos, processos criativos e burocráticos em um ambiente diferente do Brasil. No fim estou fazendo estágio, projeto e duas matérias eletivas.

Detalhes da Casa da Música, OMA.

Detalhes da Casa da Música, OMA.

Advanced Project Delivery

Essa matéria tem o objetivo de discutir e exemplificar maneiras de gerar o produto final de um projeto – o conjunto de desenhos técnicos em nível executivo. A questão não é apenas ver desenhos em alto grau de detalhe mas também discutir os aspectos tecnológicos que tiveram que avançar com o desejo por geometrias mais complexas e como é importante assumir o controle total sobre o processo de geração desses desenhos para o sucesso de um projeto. O exemplo mais marcante é obviamente Frank Gehry, que para fazer possível a construção de seus projetos ultra complexos começou a experimentar com programas voltados à indústria aeronáutica em uma época que as ferramentas de projeto para arquitetura ainda eram muito rudimentares. Além disso essa matéria envolve vários estudos de caso de projetos de Gehry e do Morphosis e como é o processo de design, desenvolvimento e documentação desses projetos.

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A torre dos dez mil paineizinhos

Na continuação do projeto desse semestre, tivemos que desenvolver a volumetria mais um pouco e depois continuar a incorporar novas regras, com a mesma idéia de regras simples que gerem o máximo de complexidade, para aprofundar o projeto. Após estabelecer uma volumetria final que preenchesse melhor o terreno, fosse mais alta e tivesse um pouco mais das características que pareciam ter potencial, como detalhe e rugosidade e variação de área a cada nível para criar terraços e sombreamento, utilizei as superfícies da massa para estabelecer proporções entre cheio e vazio. A idéia é que essa casca – formada pelos ‘cheios’ – seria também a estrutura, mas desafiando a lógica da continuidade estrutural numa estrutura descontínua que muda de direção constantemente. Esses elementos ainda adicionariam novas qualidades espaciais aos interiores e exteriores, e uma falta de uniformidade intencional na distribuição mostra as diferentes – e infinitas – possibilidades de recombinação do sistema.

Vista axonométrica geral do projeto.

Vista axonométrica geral do projeto.

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Update: novo ano, novo semestre

As aulas aqui na SCI-Arc já voltaram faz um tempinho – recomeçamos em 12 de janeiro (e parece uma eternidade) – com um semestre ainda mais intenso. Esse semestre estou mais animada porém, visto que os temas abordados são menos técnicos e mais coerentes com meus interesses e o que me motivou a escolher a escola. Estou cursando 5 matérias, sendo uma delas um ajuste no currículo – quando entrei tive que ‘transferir’ créditos equivalentes ao primeiro ano do curso e ficou faltando um pouquinho – e as outras 4 normais desse semestre.

Uma coisa que nunca falei aqui mas acho importante e ajuda a entender um pouco a estrutura da escola é que as matérias são divididas em quatro categorias: studio (projeto); visual studies (estudos de forma e técnica); cultural studies (história e crítica) e applied studies (matérias sobre aspectos técnicos). Assim, temos um currículo integrado buscando o equilíbrio entre essas quatro áreas, sempre incorporando idéias e tecnologias novas. O interessante é notar que visual studies não é uma categoria necessária aos critérios técnicos do NAAB (o ‘conselho’ que permite que uma escola ofereça diplomas profissionalizantes ou não), mas ainda assim é uma das mais valorizadas aqui. Essas matérias em geral têm componentes teóricos e práticos e costumam fazer reflexões sobre aspectos estéticos – linha, cor, forma, figura, textura – usando software e técnicas de fabricação avançadas. A metodologia é discutível, mas é interessante ver o tanto que os estudantes aqui avançam – e a velocidade com que avançam – por termos essa ênfase, desde o início do curso, em métodos digitais. Vejo que os projetos evoluem mais, e o aprendizado de software e técnica durante o semestre não atrapalham em nada, mesmo que muitas vezes seja um processo quase auto-didata – as aulas são bem básicas e cabe a nós pensar maneiras de aplicar as ferramentas apresentadas.

Imagem produzida com Processing. Clica que vai pra original.

Imagem produzida com Processing. Clica que vai pra original.

 

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Studio: a nuvem (final)

Esse mês voltaram as aulas aqui na SCI-Arc e finalmente posto aqui o resultados da aula de projeto do semestre passado que vocês acompanharam em posts anteriores.Agora que passou a loucura de adaptar ao novo horário espero conseguir voltar a postar com frequência.

Resumindo, a proposta da matéria foi projetar uma sede do Google em Barcelona, em uma área que recentemente recebe muitos novos investimentos e novas construções. A teoria que foi utilizada foi Object Oriented Onthology, uma idéia recente sobre como a arquitetura não é apenas relacionamentos de partes com o todo, mas também relacionamentos entre as partes (ou todos). Segundo essa teoria, um todo é constituídos de outros objetos inteiros e não partes de objetos. A idéia é trabalhar então com objetos distintos mas de maneira que eles se modifiquem uns aos outros sem perder seu próprio caráter, formando um novo objeto mas ainda de forma a se poder identificar que esse novo objeto é feito de objetos menores.

Render - vista aérea do projeto. Modelagem em Maya 2015 e render com MentalRay.

Render – vista aérea do projeto. Modelagem em Maya 2015 e render com MentalRay.

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Updates de studio etc

Esse post demorou mas saiu! Dia 17/10 teve Midterm de studio, e logo depois comecei a ter uma crise alérgica que me deixou meio cansada e sem condições de juntar tudo pra postar aqui. Mas agora tá tudo melhor e vou postar primeiro a versão do projeto que apresentamos há 2 (3?) semanas, e depois o que fizemos desde então (já mudou tuuudo!).

Depois de Visual Studies e Environmental Systems, rolou o Midterm de Studio. Como já contei aqui antes, esse semestre nosso projeto é uma sede do Google em Barcelona. A premissa formal é usar pelúcias para desenvolver a forma do edifício.

Nas últimas semana temos trabalhado muito em composições com os objetos escolhidos, focando em preservar os caráter dos objetos mas de modo com que toda a composição seja lida como um objeto único.

 

Vista aérea da volumetria.

Vista aérea da volumetria.

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Studio semanas 1 e 2: o circo dos objetos

A vida como sempre está uma bagunça com mil coisas ainda pra resolver e aulas rolando, mas queria compartilhar com vocês como foram as duas primeiras semanas de aula de projeto (studio). A primeira coisa que vocês perceberão é que é bem diferente do Brasil e mesmo de outras escolas aqui nos EUA. A segunda é que estamos completamente perdidos e nem os instrutores sabem muito bem onde isso vai parar (!!!). E terceiro, apesar de tudo, tem sido extremamente divertido.

Aqui as propostas de studio mudam a cada 3 anos. Ou seja, a cada ciclo, há uma metodologia e uma ideologia por trás de cada studio. Esse ano somos a primeira turma do ciclo, o que faz com que tudo esteja meio confuso e louco. Começando pela proposta da matéria: a idéia é investigar como objetos diferentes podem se relacionar, se interseccionar e se alterar sem perder o caráter das partes. Isso vem como uma crítica a duas tendências recentes de projeto: edifícios muito multi-funcionais que vão se transformando e modificando sua forma ao longo da função e do contexto, sendo que os relacionamentos são mais referentes ao exterior que ao programa; e o design paramétrico que faz com que tudo pareça uma bolha randomizada. Como eu já disse, ninguém sabe muito bem que tipo de trabalhos serão gerados esse semestre nem se essa postura, chamada de Kissing Architecture (tenho que ler um pouco mais sobre isso para falar com propriedade sobre, e existe um livro com esse nome sobre o assunto) será tendência, mas a proposta da escola é justamente essa: tentar descobrir a próxima coisa ao invés de repetir modelos existentes.

Nota: esse post pode conter várias expressões estranhas devido à mistura louca de português e inglês.

Modelos, muitos modelos!

Modelos, muitos modelos!

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Update: primeiras impressões sobre as aulas e novo studio

Acho que esse post ficará um pouco longo, mas queria contar pra vocês, agora que passou o Thesis Weekend, como foram os primeiros dias de aula e como é meu studio esse semestre. Agora finalmente tivemos aula de todas as matérias (o semestre começou bem com a segunda 1 de setembro que é feriado aqui) deu pra ter um panorama do que é o programa, o grau de conteúdo e trabalho das aulas.

Por enquanto estou nas 5 matérias do currículo normal de 2GA, que é o nome que dão pro primeiro semestre do segundo ano (cada semestre tem um código específico que facilita muito as conversas hehe. Ainda tenho algumas validações pendentes, mas no fim acho que vai dar tudo certo. Além disso, como esperado, tenho minha própria mesa no studio, perto dos meus amigos e colegas de classe. Cada studio pertence a uma turma diferente, e a cada semestre, mudamos de studio.

Vista geral do studio.

Vista geral do studio.

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