Detalhamento Obssessivo Compulsivo

Finalmente chegou o fim do semestre e como vocês podem perceber pela minha ausência, foi intenso. A verdade é que conciliar estágio com aulas nos EUA não é brincadeira.

Desenhos finais na parede (aprox. 1,3m x 1,8m)

Pra abrir aquela clássica série de postagens sobre o trabalho final, vem o trabalho da matéria Advanced Project Delivery, que eu descrevi no começo do semestre. Cada estudante recebeu um projeto real e construído para estudar. O objetivo é perceber que cada edifício é composto de muitas partes que devem trabalhar juntas para a experiência estética e também para a funcionalidade do edifício.

Volta as aulas: matérias do Fall/15

Finalmente minhas aulas voltaram, há duas semanas, e chegou aquela hora de compartilhar o que estou cursando [e o que está acontecendo aqui na SCI-Arc] com vocês. Esse é um semestre de mudanças pois a diretoria da escola mudou: sai Eric Owen Moss e entra Hernan Diaz Alonso. Pela primeira vez a diretoria é ocupada por alguém de fora: todos os diretores anteriores tinham alguma relação com a fundação da escola ou estudaram aqui. Por isso muitas mudanças são esperadas, mas o discurso avança.

Esse semestre começa meu último ano do mestrado que é um ano mais livre – enquanto anteriormente o currículo era fixo e composto de matérias com objetivos pedagógicos claros. Agora posso escolher as matérias um pouco melhor de acordo com o que me parece interessante. Além disso posso fazer estágio como créditos, o que é interessante para conhecer melhor os sistemas construtivos, processos criativos e burocráticos em um ambiente diferente do Brasil. No fim estou fazendo estágio, projeto e duas matérias eletivas.

Detalhes da Casa da Música, OMA.

Advanced Project Delivery

Essa matéria tem o objetivo de discutir e exemplificar maneiras de gerar o produto final de um projeto – o conjunto de desenhos técnicos em nível executivo. A questão não é apenas ver desenhos em alto grau de detalhe mas também discutir os aspectos tecnológicos que tiveram que avançar com o desejo por geometrias mais complexas e como é importante assumir o controle total sobre o processo de geração desses desenhos para o sucesso de um projeto. O exemplo mais marcante é obviamente Frank Gehry, que para fazer possível a construção de seus projetos ultra complexos começou a experimentar com programas voltados à indústria aeronáutica em uma época que as ferramentas de projeto para arquitetura ainda eram muito rudimentares. Além disso essa matéria envolve vários estudos de caso de projetos de Gehry e do Morphosis e como é o processo de design, desenvolvimento e documentação desses projetos.

A torre dos dez mil paineizinhos

Na continuação do projeto desse semestre, tivemos que desenvolver a volumetria mais um pouco e depois continuar a incorporar novas regras, com a mesma idéia de regras simples que gerem o máximo de complexidade, para aprofundar o projeto. Após estabelecer uma volumetria final que preenchesse melhor o terreno, fosse mais alta e tivesse um pouco mais das características que pareciam ter potencial, como detalhe e rugosidade e variação de área a cada nível para criar terraços e sombreamento, utilizei as superfícies da massa para estabelecer proporções entre cheio e vazio. A idéia é que essa casca – formada pelos ‘cheios’ – seria também a estrutura, mas desafiando a lógica da continuidade estrutural numa estrutura descontínua que muda de direção constantemente. Esses elementos ainda adicionariam novas qualidades espaciais aos interiores e exteriores, e uma falta de uniformidade intencional na distribuição mostra as diferentes – e infinitas – possibilidades de recombinação do sistema.

Vista axonométrica geral do projeto.

Update: ajeitando a casa e primeiros dias de aula

Alôooo! Muitas coisas acontecendo esses dias e claro, pouquíssimo tempo pra postar. Então serei breve. Ainda estamos sem internet em casa, e o dia mais cedo que podiam mandar alguém pra instalar é sábado então… no fun till that. Domingo eu e meus roomies fomos à Ikea e a uns brechós e compramos a casa toda! Não toda né, mas mobília, roupa de cama, banho, louças… maior parte das coisas essenciais. Por um lado a loja é muito prática e a maioria das coisas é realmente mais barato. Por outro tem que montar praticamente tudo, o que é chatinho quando a gente tá morrendo de cansaço né? Ainda faltam alguns móveis e as plantas (vamos manter temperinhos!), mas acho que até domingo acabamos.

Essa semana tá rolando o workshop Introduction to Digital Design, que é obrigatório pra quase todo mundo de pós na SCIArc. É um workshop pra deixar todo mundo mais familiarizado com ferramentas digitais, principalmente Maya e Rhino. Nesses três primeiros dias trabalhamos principalmente em Maya, fazendo experimentações com curvas e volumes pra pegar o jeito de modelar. É interessante porque é um jeito muito diferente de pensar em relação a outros softwares. Enquanto no Rhino e no Sketch a gente desenha e constrói formas, no Maya estamos manipulando formas puras (cubos, esferas) para gerar formas mais complexas. Leva tempo e tem sido cansativo mas é bom pra já começar as aulas com mais manha nas ferramentas.

Por enquanto tô gostando muito da escola. Os espaços são abertos, tem muito espaço de convivência e descanso e é um ambiente pequeno e pessoal. São menos de 500 estudantes então é um ambiente bem interessante. E a cafeteria tem o MELHOR HAMBÚRGUER DA MINHA VIDA. Acho que vou escrever sobre isso depois, porque agora, voltarei pro Maya.

Atividade do primeiro dia.

Aí começou a ficar realmente complexo e gerar dever de casa. Triste T_T