Quem me acompanha aqui já deve ter desistido pela falta de updates – eu sei que sumi mas calma, tudo tem uma razão: esse é meu último semestre do curso! Meu curso de mestrado tem 2 anos e meio mas são feitos em 2 anos: o último semestre é feito no verão o que significa que em breve me formo.
Maquetes em exposição como parte dos trabalhos de Thesis
Finalmente chegou o fim do semestre e como vocês podem perceber pela minha ausência, foi intenso. A verdade é que conciliar estágio com aulas nos EUA não é brincadeira.
Desenhos finais na parede (aprox. 1,3m x 1,8m)
Pra abrir aquela clássica série de postagens sobre o trabalho final, vem o trabalho da matéria Advanced Project Delivery, que eu descrevi no começo do semestre. Cada estudante recebeu um projeto real e construído para estudar. O objetivo é perceber que cada edifício é composto de muitas partes que devem trabalhar juntas para a experiência estética e também para a funcionalidade do edifício.
Finalmente minhas aulas voltaram, há duas semanas, e chegou aquela hora de compartilhar o que estou cursando [e o que está acontecendo aqui na SCI-Arc] com vocês. Esse é um semestre de mudanças pois a diretoria da escola mudou: sai Eric Owen Moss e entra Hernan Diaz Alonso. Pela primeira vez a diretoria é ocupada por alguém de fora: todos os diretores anteriores tinham alguma relação com a fundação da escola ou estudaram aqui. Por isso muitas mudanças são esperadas, mas o discurso avança.
Esse semestre começa meu último ano do mestrado que é um ano mais livre – enquanto anteriormente o currículo era fixo e composto de matérias com objetivos pedagógicos claros. Agora posso escolher as matérias um pouco melhor de acordo com o que me parece interessante. Além disso posso fazer estágio como créditos, o que é interessante para conhecer melhor os sistemas construtivos, processos criativos e burocráticos em um ambiente diferente do Brasil. No fim estou fazendo estágio, projeto e duas matérias eletivas.
Detalhes da Casa da Música, OMA.
Advanced Project Delivery
Essa matéria tem o objetivo de discutir e exemplificar maneiras de gerar o produto final de um projeto – o conjunto de desenhos técnicos em nível executivo. A questão não é apenas ver desenhos em alto grau de detalhe mas também discutir os aspectos tecnológicos que tiveram que avançar com o desejo por geometrias mais complexas e como é importante assumir o controle total sobre o processo de geração desses desenhos para o sucesso de um projeto. O exemplo mais marcante é obviamente Frank Gehry, que para fazer possível a construção de seus projetos ultra complexos começou a experimentar com programas voltados à indústria aeronáutica em uma época que as ferramentas de projeto para arquitetura ainda eram muito rudimentares. Além disso essa matéria envolve vários estudos de caso de projetos de Gehry e do Morphosis e como é o processo de design, desenvolvimento e documentação desses projetos.
Ei gente! Já se passaram 2 meses (!) das férias de verão. Esse mês foi um pouco intenso e mais dedicado a adaptação ao ritmo de estágio em tempo integral.
Essa é a primeira vez que eu trabalho em tempo integral, e as primeiras semanas foram bem cansativas. Acordar cedo não é tanto o problema mas sim ter o mesmo horário rígido todos os dias – no fim das contas eu me adaptei bem aos horários loucos e aleatórios das universidades americanas, e ai ter o mesmo horário todo dia tem sido estranho. Porém também é bom ter tempo pra certas coisas, como manter o apartamento arrumado (na medida do possível com caixas por todo lado já que todo mundo lá em casa teve que trazer as coisas do estúdio), cuidar da pele, dos cabelos e dormir o suficiente todos os dias. Apesar de cansativo, esse ritmo é bem menos estressante que o ritmo de um semestre de aulas na SCI-Arc.
O por do sol em Los Angeles continua lindo.
O mais interessante desse estágio é ganhar responsabilidades rápido pelo fato de ser um escritório pequeno, inclusive participando ativamente dos processos de aprovação de projeto na prefeitura. Em apenas 1 mês já fiz de tudo – desenhos, design, detalhamento, documentação para construção… Intenso! Mas já vejo que fiz a escolha certa ao aceitar a proposta desse escritório, visto que havia outras possibilidades, mas essa parecia a melhor combinação de experiência técnica com experiência criativa.
Esperando pra ser atendida na prefeitura…
Por enquanto aproveitei mais pra ajeitar as coisas – fazer compras que eu estava precisando, aprender a cozinhar coisas novas e adquirir hábitos melhores. Cozinhar duas refeições em casa (café da manhã e jantar) tem sido muito bom.
Esse fim de semana foram as comemorações de 4 de julho. Os americanos sempre celebram essa data muito bem, e fui com outros CsFers pro Grand Park, em Downtown, onde estava tendo um evento. Achei bem interessante: tinha 4 palcos, vários quarteirões dedicados ao evento, e com toda a infra-estrutura de banheiros, comidas e em cima de uma estação de metrô. Rolaram apresentações de DJs, poesia ao vivo (!) e claro, fogos de artifício.
Palco com o City Hall atrás.
Agora que estou mais organizada (?) com o estágio e a nova rotina já estou preparando ports mais ~informativos. Como sempre aceitos sugestões 🙂
Nossa, faz tanto tempo que eu não faço esses posts mais pessoais que até desacostumei (e quase esqueci pra que servia o blog). O semestre acabou faz um tempo, em 24 de abril, e desde então estou de férias de verão. Nas férias aqui nos EUA é comum fazer estágio, e é exatamente isso que estou fazendo.
Como o semestre na SCI-Arc é mais curto, as férias de verão são mais longas, e trabalharei até o final de agosto num escritório pequeno aqui em LA chamado FORE Architects. Ambos os arquitetos lá também estudaram na SCI-Arc, então achei uma boa oportunidade pra ver como o pessoal faz a transição do ambiente de experimentação na SCI-Arc pro mundo real. Até agora fiz mais trabalhos de design de interiores, o que também serve pra suprir uma deficiência na formação – em geral é a área com mais oportunidades mas que nas escolas de arquitetura fica negligenciada.
A parte boa de estar de férias é poder usar o fim de semana pra realmente descansar e passear um pouco – coisa que durante o semestre é quase impossível. Enfim, é isso. Vamos ver se agora dou conta de escrever mais posts temáticos, como aqueles do início do blog.
Outro dia fui a Venice e vi esse cachorro que anda de skate melhor do que eu.
Acho que esse post ficará um pouco longo, mas queria contar pra vocês, agora que passou o Thesis Weekend, como foram os primeiros dias de aula e como é meu studio esse semestre. Agora finalmente tivemos aula de todas as matérias (o semestre começou bem com a segunda 1 de setembro que é feriado aqui) deu pra ter um panorama do que é o programa, o grau de conteúdo e trabalho das aulas.
Por enquanto estou nas 5 matérias do currículo normal de 2GA, que é o nome que dão pro primeiro semestre do segundo ano (cada semestre tem um código específico que facilita muito as conversas hehe. Ainda tenho algumas validações pendentes, mas no fim acho que vai dar tudo certo. Além disso, como esperado, tenho minha própria mesa no studio, perto dos meus amigos e colegas de classe. Cada studio pertence a uma turma diferente, e a cada semestre, mudamos de studio.
Vista geral do studio.
Alôooo! Muitas coisas acontecendo esses dias e claro, pouquíssimo tempo pra postar. Então serei breve. Ainda estamos sem internet em casa, e o dia mais cedo que podiam mandar alguém pra instalar é sábado então… no fun till that. Domingo eu e meus roomies fomos à Ikea e a uns brechós e compramos a casa toda! Não toda né, mas mobília, roupa de cama, banho, louças… maior parte das coisas essenciais. Por um lado a loja é muito prática e a maioria das coisas é realmente mais barato. Por outro tem que montar praticamente tudo, o que é chatinho quando a gente tá morrendo de cansaço né? Ainda faltam alguns móveis e as plantas (vamos manter temperinhos!), mas acho que até domingo acabamos.
Essa semana tá rolando o workshop Introduction to Digital Design, que é obrigatório pra quase todo mundo de pós na SCIArc. É um workshop pra deixar todo mundo mais familiarizado com ferramentas digitais, principalmente Maya e Rhino. Nesses três primeiros dias trabalhamos principalmente em Maya, fazendo experimentações com curvas e volumes pra pegar o jeito de modelar. É interessante porque é um jeito muito diferente de pensar em relação a outros softwares. Enquanto no Rhino e no Sketch a gente desenha e constrói formas, no Maya estamos manipulando formas puras (cubos, esferas) para gerar formas mais complexas. Leva tempo e tem sido cansativo mas é bom pra já começar as aulas com mais manha nas ferramentas.
Por enquanto tô gostando muito da escola. Os espaços são abertos, tem muito espaço de convivência e descanso e é um ambiente pequeno e pessoal. São menos de 500 estudantes então é um ambiente bem interessante. E a cafeteria tem o MELHOR HAMBÚRGUER DA MINHA VIDA. Acho que vou escrever sobre isso depois, porque agora, voltarei pro Maya.
Atividade do primeiro dia.
Aí começou a ficar realmente complexo e gerar dever de casa. Triste T_T
Ao contrário da maioria das escolas americanas, a SCI-Arc não oferece nenhuma forma de alojamento. Todo mundo que estuda lá tem que alugar um quarto/apartemento/casa, pois o campus é um galpão industrial no centro de Los Angeles e a comunidade da escola é bem pequena. Pensando nisso, a própria equipe da escola já organiza um grupo de Facebook todo semestre com todos os estudantes aceitos para facilitar a comunicação e esse processo de arrumar pessoas para dividir moradia.
Eu já tinha visto que há pessoas que eu conhecia indo para a SCI-Arc em agosto porque os Estados Unidos são um país pequeeeeno pequeno! (Só que não! 😛 ) Tem um cara do meu ano da Parsons (na época que eu estava lá estava no Senior Year que é o último ano), mas com quem eu nunca tive muito contato apesar de ser do meu ano, então eu não entrei em contato. Mas tem também uma moça que era do curso de Design de Interiores e com quem eu fiz uma matéria eletiva e tive mais contato, e aí já aproveitei pra enviar uma mensagem só pra fazer aquele contato inicial de ‘oi, a gente se vê lá’.
Enquanto isso, desde que confirmei meu aceite na escola, já estava de olho nas postagens do grupo pra ver se aparecia alguma oportunidade legal de dividir apartamento com alguém. Como eu não estou em LA nem nos EUA, achei que ficava numa posição difícil de propor algo e preferi esperar pra ver se apareciam pessoas procurando gente pra completar um grupo. Primeiro tinha visto uma postagem de uma moça que disse que ia começar a procurar apartamentos, ainda em junho, e estava procurando roomies. Entrei em contato com ela, e ela disse que ia começar a procurar com os pais mesmo, pois já estava por lá. Dias se passaram e ela só dizia que ia ver, que tava resolvendo, etc, e acabou não dando muita notícia depois disso.
Ê! Dia de update! Esses dias estive viajando (ainda estou) e esperando algumas coisas pendentes, por isso os posts foram temáticos. Mas hoje várias coisas se resolveram, então vamos lá.
Processo do visto
Quem já fez o processo de visto pros EUA sabe que é bem chato, confuso e relativamente demorado. E o visto de estudante é mais ainda. O visto para estudantes do Ciência Sem Fronteiras é o J-1 – Exchange Visitor – que é um visto que permite estudo mas como recebemos financiamento do governo temos a obrigação de voltar ao Brasil, tanto estabelecida pela CAPES quanto pelo próprio governo americano. Depois farei um post detalhado sobre isso, e aqui vão só as novidades mesmo.
Mais um update! É impressionante o tanto de coisa que tá acontecendo, na verdade era pra esse post ter saído ontem, mas tive tanta coisa pra fazer que não tem deu tempo. Bora lá.
Manual do bolsista e CAPES
Ontem o pessoal da CAPES confirmou o recebimento do meu Termo de Compromisso assinado. Com isso, já enviaram um e-mail com as instruções de implementação da bolsa e o Manual do Bolsista. Agora a CAPES tem um sistema, novo para mim, o SCBA – Sistema de Controle de Bolsas e Auxílios. Ele faz o que o SACExterior fazia, mas melhor. Lá ficam os dados do bolsista, os documentos que já foram enviados, dados da concessão da bolsa (número de parcelas e valores), e é ativando um processo no SCBA que a bolsa é implementada. Para implementar temos que, mais uma vez, confirmar a concordância com os Termos da CAPES, e informar os dados bancários no Brasil. Com o recente aumento do IOF, eles têm enviado para a conta brasileira apenas o valor da passagem de ida e o auxílio instalação. As primeiras mensalidades são enviadas em dólar, no cartão BB Américas, que é tipo um cartão Visa Travel Money. Com isso, quem recebe a bolsa perde menos dinheiro na re-conversão e com taxas.
Agora é esperar o dinheiro ser depositado, o que pelo visto pode levar ainda umas duas semanas.
Colação de Grau
E no processo mais rápido da histórias das universidades federais, colei grau ontem! Uhuuul! Ainda bem que tem o mestrado, porque vou adiar um pouco aquele momento ‘não sou mais estudante, sou desempregada’. 😛
[Jess] lost in LA 